Yohan Sousa assina um histórico 17º lugar no Mundial de Karting KZ2 em Le Mans

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Yohan Sousa fez história em Le Mans. O piloto português garantiu o 17º lugar entre cerca de 100 pilotos oriundos de 30 países no Campeonato do Mundo de Karting CIK-FIA da categoria KZ2 – na qual se estreou este ano com apenas 15 anos de idade –, resultado que ainda nenhum piloto luso alcançou numa grande competição mundial da classe cujos karts estão equipados com caixa de velocidades e que é atualmente a classe rainha da CIK-FIA. De resto, é preciso recuar a 2009, para rever uma página histórica em termos internacionais para o Karting nacional, mas relativa à categoria KF2 (ex-Intercontinental A) – karts sem caixa de velocidades –, assinada por David Luz que, com 16 anos de idade, venceu a Taça do Mundo da especialidade.

Desde quinta-feira até hoje em Le Mans, Yohan Sousa mostrou – com a sua performance – que é um valor seguro do karting português e que pode nos próximos anos elevar bem alto as cores nacionais nas grandes competições da disciplina a nível mundial… e no futuro próximo em outras ‘áreas’ do desporto motorizado. 


Porque só este ano se estreou a competir na exigente categoria KZ2 e só tinha disputado três provas na difícil classe com karts equipados com caixa de velocidades, Yohan Sousa tinha como ambição garantir um lugar na Final reservada a 34 pilotos. Ainda assim, o jovem português de apenas 15 anos de idade, sabia que a tarefa era muito difícil face às forças em presença.

Mas Yohan Sousa, com a assistência de Paulo Barreiro – ambos integrados na equipa sueca Strakka Bhaitech –, ao volante do seu habitual kart equipado com chassis Zanardi e motor TM (sendo os pneus LeCont obrigatórios para todos), elevou ainda mais a fasquia ao revelar-se como um dos pilotos mais rápidos e tecnicamente evoluídos do Campeonato do Mundo da categoria KZ2 de 2015.

Hoje, começou logo por dar provas disso mesmo ao ser o 7º mais rápido no ‘warm-up’ entre os 68 pilotos que ainda se mantinham em prova, dado que ontem 28 concorrentes ficaram afastados da competição. Depois, na pré-final 1, em que tinha de ser um dos 17 primeiros classificados – entre 33 adversários – para obter o apuramento para a Final, o piloto do Entroncamento após ter largado do 29º lugar, recuperou 15 posições, sendo o 14º classificado… assegurando assim o objetivo que havia traçado para Le Mans: qualificar-se para a Final. Mas na última contenda, Yohan Sousa foi mais além, acabando por integrar o top-20.


E se a Final fosse disputada com chuva?

Na Final, disputada em 22 voltas (cerca de 30 quilómetros) ao traçado francês de 1384 metros, já sem chuva, Yohan Sousa largou da 26ª posição e foi recuperando lugares, conseguindo ver a bandeira no 20º lugar, que depois se viria a traduzir num excelente no 17º lugar, em virtude da desclassificação de três pilotos.

Classificamos como excelente o resultado obtido por Yohan Sousa, porque o jovem português tem apenas 15 anos de idade e estreou-se este ano na categoria KZ2, competindo com adversários que já gozam de larga experiência, tendo a sua maioria vários títulos internacionais no currículo. “O meu objetivo era conseguir apurar-me para a Final. Sabia que a concorrência era muito forte e que era difícil, mas consegui juntamente com a minha equipa Strakka Bhaitech e estou muito grato ao meu pai, ao Paulo Barreiro, ao Richard Frankini (um dos responsáveis pela equipa) e ao Marco (preparador dos motores) por todo o trabalho que fizeram neste campeonato do mundo, bem como à minha família, amigos e aos portugueses que estiveram aqui em Le Mans a apoiarem-me, assim como a partir de Portugal”, comentou Yohan Sousa, para depois responder quando o questionámos se sentia que poderia ter obtido um resultado ainda melhor: “Ter alcançado um lugar no top-20 – ser 17º classificado –, julgo que é excelente, dado que é a minha estreia na categoria KZ2 e estive em pista com os melhores do mundo. Estávamos rápidos, mas quando esteve a chover estávamos bem mais rápidos, pelo que fica a dúvida quanto à possibilidade de obter um resultado ainda mais positivo. Mas estou muito satisfeito com o resultado que alcancei”. Recordámos que Yohan Sousa foi o 7º mais rápido no ‘warm up’ à chuva entre os 68 pilotos e na pré-final 1, também com o traçado molhado, recuperou da 29ª até à 14ª posição.  


Título para o francês Thomas Laurent

O francês Thomas Laurent (Tonykart/Vortex) liderou a Final de princípio a fim, tendo o sueco Joel Johansson (campeão europeu da especialidade em julho) garantido a segunda posição com uma desvantagem de 3,065s para o gaulês, enquanto o espanhol Pedro Hiltbrand (CRG/Maxter) – vice-campeão europeu – cruzou a meta no terceiro posto, mas viria a ser desclassificado pelo que o último lugar do pódio foi para o italiano Alberto Cavalieri (Righetti Ridolfi/Modena), que foi o piloto que atingiu a velocidade máxima na Final de Le Mans: 134,1 Km/h. O francês Nicolas Gonzales (Sodi/TM) terminou no quarto lugar e o holandês Stan Pex (CRG/Maxter) encerrou o top-5, enquanto o sueco Philip Hall rubricou a volta mais rápida em 52,620s à média de 94,68 km/h, sendo o 18º classificado.

 

Texto Filipe Cairrão
Fotos KSP.fr

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